sábado, 28 de agosto de 2010

SONHEI VOANDO (Cristina Pretti)

[caption id="attachment_76" align="aligncenter" width="300" caption="foto: R. Zerrenner"][/caption]



Saí correndo ladeira a baixo

Com o incômodo no umbigo

daqueles que dá

quando a gente sente no vai e vem de um balanço...

Me fez sentir

que estava voando...

Fiquei leve...

Senti MEDO.

Voei mais alto,

como pássaro de asas grandes...

Sobre as copas de árvores robustas e frondosas,

levei comigo bandos de andorinhas.

Sobre prédios rasgando meu coração...

Sobre fios de alta TENSÃO...

Tive MEDO.

Voei areias brancas e o mar...

O sol acariciando meu corpo

Senti PROTEÇÃO.

Por nuvens brancas, macias, porém frias,

Congelei o MEDO.

DESPERTEI

Da janela do quarto entrava uma brisa da madrugada...

Finalizando o sonho com o começo de minha realidade.




Cristina Pretti (Artista Plástica) Blog: http://www.cristinapretti.blogspot.com/

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

OVNI Chinês (Tiago Nascimento)

[caption id="attachment_68" align="aligncenter" width="300" caption="http://inconscientecoletivo.net/wp-content/uploads/2009/05/ufo_china.jpg"][/caption]

Um OVNI chinês me salta aos olhos, parece querer saltar da home do site de notícias.

Manchetes alarmantes maltratam meus olhos. Enchentes, furacões, morte e destruição.

Onde está o nexo disso tudo?

Como saber se sei tudo o que está acontecendo no mundo?

Como saber se não existe um complô contra o belo?

Meus alunos parodiam o hino nacional e destilam pessimismo em suas canções.

Meus confrades torcedores ironizam o técnico, o elenco, corneteiam até o roupeiro do clube…

Um secretário municipal desacredita de sua capacidade de mudar o mundo, a política, o município, tudo (nada) enfim…

A TV faz-me ver o quão ruim e duro é viver o século XXI.

Mas sou um otimista. E ensino meus meninos que a gente pode mudar. Que o mundo tem conserto. Que o belo ainda subsiste. Que nem sempre foi assim ou que nem sempre assim será…

Acredito!

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

A parceria com o pai (Marcelo Lamas)




[caption id="attachment_64" align="aligncenter" width="223" caption="http://paulojales.files.wordpress.com/2006/12/futebol.jpg"][/caption]


Na infância tínhamos um time de futebol que era gerido pelo sistema sócio-atleta, expressão para dizer que todas as despesas eram bancadas por nós, os jogadores. E não havia interferência de adultos na nossa instituição.
O nome do time tinha vindo escrito nas costas do uniforme que compramos de segunda-mão: Americano FC. O negócio foi feito às pressas, com o dinheiro que um colega tinha ganhado no jogo do bicho, antes do Torneio Dia da Criança, que viria a ser o nosso primeiro troféu.
Com o passar do tempo, aquele uniforme verde, de tamanho adulto, enorme para uns magrelos de 12 anos, estava muito feio, desbotado.
Numa noite, sonhei que nosso time estava jogando com um uniforme novo, personalizado com nossos nomes nas costas.
Falei com o Julinho, que era da loja de esportes da cidade e ele fez um orçamento. Reuni a turma para ver se a soma das mesadas seria suficiente. Em cinco meses dava para pagar tudo. O sonho começava a tomar forma.
Houve um problema. Crédito. Como o valor era alto, fiquei com medo de que meu credor paterno se recusasse a fazer a compra.
Na época, um negócio lucrativo era guardar dólares. Eu sabia onde era o depósito no guarda-roupa.
Para cometer um “meio-delito”, contei pra mãe uma parte da história:
- Oh! Mãe! Será que tem problema se eu pegar uns dólares emprestados lá do armário pra comprar “coisa” de jogo, os guris vão me pagar depois.
Como a minha mãe tinha uma vida agitada de mãe, doméstica, estudante e enfermeira, não perguntou qual era o valor e nem “quando era o depois” e respondeu:
- Acho que não tem problema filho, eles sempre pagam direitinho.
Entendi como autorizado.
Alguns dias depois, cheguei em casa com a camisa número 5 e empolgado fui mostrar pro pai. Como ele já tinha doado parte do pagamento da inscrição de um campeonato praiano, era sabedor da situação financeira do nosso clube. Nem elogiou a camisa:
- Com que dinheiro vocês compraram essas camisas?
Desportista, ele tinha noção do preço dos artigos esportivos e a galera não tinha sido modesta na escolha da marca.
Depois da cara de espanto e da longa gaguejada, expliquei a origem dos recursos.
- Levei um sermão enorme, proporcional ao crime doloso e também pela tentativa e acerto ao ludibriar a mãe. Ainda bem, que logo chegou a hora do pai sair pro trabalho e o discurso terminou.
Fiquei com a consciência pesadíssima e envergonhado.
No meio da tarde o telefone tocou. Eu tava escondido no quarto, quando minha mãe me chamou. Era o pai no telefone.
Eu estava certo que o assunto seria um aumento sumário na penitência. Sem rodeios, ele falou:
- Marcelo, onde vocês compraram as camisas?
- Na loja do Julinho, pai.
- Liga pra ele e pergunta se dá pra fazer mais uma camisa, no meu tamanho e com o meu nome.
A intenção dele era ser apenas um torcedor uniformizado, mas recebeu um convite especial para ser o primeiro adulto a jogar no time, quando começamos a enfrentar adversários maiores.
Jogava melhor do que eu e a pegação no pé era grande.
Ano passado, consegui resgatar a camisa que tinha meu nome nas costas. De doação em doação, tinha passado por vários primos e tava guardada na casa de um deles.
Não tenho pretensão de ter um museu com as minhas relíquias, mas aquela camisa faço questão de guardar e é a preferida da minha modesta coleção.

Marcelo Lamas, escritor.

marcelolamas@globo.com

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Reticências (Adriana Niétzkar)



[caption id="attachment_52" align="aligncenter" width="300" caption="http://www.juniorflor.com.br/blog/wp-content/uploads/2010/07/Sil%C3%AAncio-nas-palavras.jpg"][/caption]


- ...

-Tu já percebeu como as palavras perdem seus significados? Tava vendo lá o significado da palavra maracutáia; acredita-se - sim porque cada vez se tem menos certeza nessa vida... pelo menos isso – que mara é uma palavra de índio, que significa confusão. Aí, passados os quinhentos anos de desapropriação o sujeito mostra lá a reserva indígena e fala que pro índio é tudo mara. Se bem que nesse caso pode até ter muito significado pro índio, não com o nosso português, nessas gírias ai que faz muito gramático torcer o nariz, mas no significado tupi. Mas a partir daí ninguém mais se entende, porque pra cada um a palavra tem outro sentido. É como os ministérios do George Orwell, o ministério do amor cuidava para que as pessoas não se apaixonassem, o do pensamento que as pessoas não pensassem. Tava tudo mara? Em qual sentido?
Já penso nas conversas sobre o tempo? é uma não conversa de quem não quer dizer nada mas não suporta o constrangimento do silencio, ficar ao lado de alguém sem nada dizer, no entanto se fala e nada diz.
É, to querendo dizer que há muito tempo você nada diz, mas eu também não digo muita coisa, parecemos estar falando sobre o tempo ou coisas que tem outro significado. Não, não quero dizer nada com isso, só estive pensando, que tudo que dizemos são contrários do que fazemos, talvez o que queremos também sejam.
Não pense que quero culpar alguém, a culpa é de nossos medos, de nossas acomodações, da nossa incapacidade de estarmos dispostos a perder tudo, a desmontar tudo para começar tudo de novo. Cada vez se tem menos certeza das coisas e todas essas incertezas tem confundido o sentido das nossas palavras, das suas para mim e também das coisas que digo para você. Não, eu não minto, mas logo que digo, mudo de idéia. E você fica sem saber o que sou., por mais que eu não queira que seja assim... Você também tem mudado depois de dizer? Minhas palavras estão fazendo confusão? Estão sendo mara? Em qual sentido? Como não sabe? Você ta querendo me confundir? É eu sei, a minha cabeça ta uma confusão, talvez seja por falta de pratica.
Tenho pensado pouco, tenho que exercitar o pensamento. Essa confusão sobre o significado das minhas palavras tem me tirado o sono. Eu quero entender o que digo.
Tenho me sentido dentro dos ministérios do Orwell, na realidade criada por ele não tinha outra realidade, será que na nossa tem? Será que podemos voltar a amar e pensar? Temos que tomar cuidado com a policia do pensamento, com os apreciadores de iguarias cerebrais, não esquece do aviso do Raul... Cuba? Não, não quero beber, quero entender as mensagens das musicas, não das que temos ouvido, que são conversas sobre o tempo, mas das músicas que foram pensadas, precisamos procura-las, elas ainda estão por aí...
O que você esta procurando? Psiquiatra?! Ah não! Você não!!! Você tem de desistir do controle, preciso que você desista do controle... da TV?! Também! de achar que controla porque aperta o botão, todos os canais pertencem ao controle. Pare de falar um pouco e me escuta; tudo bem, não precisa pensar agora, achar por hora basta, a gente resolve isso com o tempo. É que é bom pensar na solidão, mas amar...
- ...






sexta-feira, 13 de agosto de 2010

esse cara tem me consumido (Ítalo Puccini)

cazuza, vem cá, senta’qui, vâmo conversar. eu sei que tu tá perdido, assim, sem pai nem mãe. eu sei que o que te resta são raspas e restos. e mentiras sinceras. então mente pra mim, vai, pode mentir. mente acreditando na tua mentira. faz isso que tu vai ver como tu vai se sentir melhor. confie em mim, cara, me ame como a um irmão mesmo. como a uma irmã. eu sei lidar com essas coisas. tenho também dezesseis anos e vivo em conflitos que me afastam de todos. brigo com todo mundo mesmo. fico com vários e várias ao mesmo tempo. há quem goste disso, há quem me odeie por isto. mas nem aí, não é mesmo? somos quase maiores-abandonados já. temos de nos virar. não somos pura fama, não é, cazuzinha? por que você tá tão quieto assim? hein? me diz. vem, se abre aqui comigo. a gente meio que ama odiando, né? daí causa essas coisas todas aí nas pessoas. gente que não se garante, que não se satisfaz consigo mesma. a gente não, né, cazuza, a gente tem tudo o que a gente precisa, e mais um pouco ainda, né? a gente vive de pequenas porções de ilusões muito bem construídas, não vive? assim, no lado escuro da vida mesmo. fala, cazuza, pode falar. pode deitar tua cabeça aqui no meu colo e chorar. chorar muito. mas fala também enquanto chora. é bonito isso, alguém chorando e tentando falar, e não conseguindo, e daí fica aquele soluço cortando palavras. isso é muito bonito, cazuza. faz isso pra mim, faz. tô aqui te dando colo e tudo. e, ó, declara guerra a quem finge te amar. chega de passar a mão na cabeça de quem te sacaneia, tá? eu te ajudo com isso. eu lembro que tu já me chamou de amor da minha vida. um negócio daqui até a eternidade. eu lembro. me dizia que me podia me pegar escola e ainda me encheria com todo o teu amor. então, cazuza, vê como é fácil? tu sabe que eu tenho tudo o que tu precisa. e mais um pouco ainda. eu posso ser tuas rosas roubadas. posso ser pétala para ti. posso ser espinho. mas eu quero ser tua comida. quero ser todo o amor que houver nessa tua vida. tu me deixa, cazuza, tu me deixa? nosso amor tem que dar certo. não tem nada de desperdiçar blues de djavan nem de buscar ideologias para viver, não. a gente é e tem que ser um para o outro só. a gente sabe se amar. a gente aprende, pode aprender, então. a gente não consegue ficar amigos sem rancor. a gente tem que se amar mesmo que a nossa música nunca mais toque. a gente não pode desperdiçar nosso mel assim, não. a gente tem que se grudar, cazuza, se grudar. proteger o nome um do outro. por amor mesmo. guardar em um codinome. o que tu acha? tu sabe que eu posso ser tua dentro tua orelha fria. posso dizer segredos de liquidificador pra ti. tu sabe. tu sabe que quando tu sai de perto eu penso em suicídio. por mais que tu sempre volte com as mesmas notícias. eu sinto tua falta, cazuza. eu sinto falta de te ter assim no meu colo. sinto falta das tuas frases feitas, das tuas noites perfeitas. das nossas noites perfeitas. eu queria poder te negar. mas eu não consigo. e tu sempre volta’ssim pra mim. noite sim, noite não tu tá’qui entre meus lençóis. me fazendo cafuné, me chamando de mulher sem razão. até cantando caetano pra mim, dizendo que eu sou apenas uma mulher. e assim eu não consigo te negar, cazuza. assim eu tenho de ser artista nesse nosso convívio, pr’essa nossa poesia que a gente vive e não vive. boca, nuca, mão. tudo de ti, cazuza. um remédio de ti eu quero. que me dê alegria. que não me deixe assim down. porque daí eu fico assim sem saber o que meu corpo abriga. e tento me esquecer, porque nessas horas pega mal sofrer, tu me diz. eu sei que só as mães felizes, mas a gente também pode ser, não pode? eu sei que tu não pode causar mal nenhum a não ser a ti mesmo. mas pensa um pouquinho mais nisso. te ver assim me deixa mal. tu me causa mal algum, sim, tá vendo? e eu tento aqui te ajudar, assim, te amar mais e mais, mas tu fica assim quietinho no meu colo e me deixa mal. porque eu sei que daqui a pouco, quando tu acordar, tu vai embora, vai pra rua, vai por aí, assim, e eu não sei quando tu vai voltar. e já me dá saudade de quando a gente conversa assim deixando escapar segredos. e eu não sei em que hora dizer que me dá um medo. porque eu preciso dizer que te amo. te ganhar ou perder sem engano, cazuza. eu preciso dizer que te amo. tanto.



sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Gosto dos cachorros?! (Adriana Niétzkar)

Eu não gostava mais de cachorros, era o que parecia, era o que percebia em mim, dia após dia, com o passar do tempo... Eu olhava para o Toby pulando na janela, na porta, pedindo atenção, eu queria dar atenção, mas quando estendia a mão ele pulava e eu me irritava. Há muito tempo minha mãe conversava com minha vizinha - “ ela gosta tanto de bichos e quase morre pedindo um cachorro” minha vizinha diminuía meu desejo insano - “ depois ela cresce e perde o interesse” eu duvidava. Até a chegada do Toby.


Eu olhava para o Toby e o achava bonito, queria brincar com ele, ele aprendia truques com facilidade, mas eu não gostava do modo como ele pulava em cima de mim cada vez que eu abria a porta, a agitação dele perturbava meu sossego. Os latidos de madrugada não impediam meu sono, não era isso, eu só não sentia prazer em brincar com ele. E conclui que não gostava mais de cachorros.


Como nos conhecemos pouco, como nos entendemos pouco... Eu gosto de brincar com os cães dos meus amigos, não me irrito com acidentes em meus sapatos e roupas, mas não gostava de brincar com o Toby. Conclui que gosto de cachorros para ver de vez em quando, em alguns dias, mas que no meu canto era melhor ser só.


Fiquei do cuidar do Duque por duas semanas, as duas semanas já se passaram, continuo não tendo paciência para os acessos de euforia do Toby ao me ver, mas continuo gostando de brincar com o Duque. Ele pula, ele late, é um cão, não é muito diferente do Toby. Mas gosto de quando ele pula em mim, gosto de quando ele late, gosto dele no meu colo.


Sinto pelo Toby e pela vontade que tenho de brincar com o Duque dou a mesma atenção aos dois, mas eu gosto mesmo de brincar com o Duque. Já passaram as duas semanas, não quero que o Duque vá embora, vou sentir sua falta, um dia ele vai, posso prolongar algumas semanas nada mais. Quando ele se for continuarei a não ter paciência com o Toby, não é justo com ele ficar com alguém que não da atenção que ele merece, ele é um bom cachorro, é bonito, inteligente, adora brincar de pegar gravetos, sei que muitas pessoas seriam muito felizes com ele.


Talvez você seja... Se você quiser levar ele para casa, se você gostar de brincar com ele, ele merece alguém que goste dele como eu estou gostando do Duque. Estranho, eu pensei que gostava de cachorros eu cheguei a pensar que tinha deixado de gostar. Como a gente leva tempo... foi tempo pra eu entender, eu queria um cachorro, mas não qualquer cachorro. O Toby não é qualquer cachorro, mas pra mim é como se fosse. O Duque é um cachorro, mas pra mim não é só um cachorro. E eu tenho que respeitar esse meu gostar... Quando o Duque se for não ficarei com o Toby para ter um cachorro porque eu descobri que eu gosto de cachorros, mas não de todos os cachorros.



quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Gatos (Tiago Nascimento)

Eu tenho um gato.


Anônimo.


Já tive dois.


Um deles preferiu exilar-se no mundo a ter minha companhia cotidiana. Explico-me, era um tanto rabugento naquelas eras.


Com seu desaparecimento mudei. Já disse alguém que só damos valor à alguém quando o perdemos. Talvez estivesse certo...


O fato é que mudei. Tornei-me o melhor dono que um gato poderia querer e ter, pois há uma distância considerável entre querer e ter. Mas isso não vem ao caso agora.


Minha repentina mudança, forçada talvez, fez com que por alguns momentos meu segundo bichano me quisesse ter por perto. Por algumas breves tardes & noites nos aninhamos na mesma poltrona da sala, cada um com suas atividades, cada um com seus afazeres e prazeres: Um filme de Kubrick, tigela de leite quente, um cd de Jorge Drexler,  carícia na orelha esquerda, uma aventura com Hercule Poirot, cobertor quentinho (...)


Mas aí veio a paixão. A arrebatadora paixão. Quantos casamentos já não armou? E quantos divórcios também? A controversa paixão.


Meu segundo gato trocou-me por uma gata qualquer no cio. Respeitei sua opção, afinal sou um dono compreensivo, quase um pai. Mas isso não impediu um ou outro suspiro saudoso de escapulir-me pelo peito acima, boca-nariz abaixo.


Suspirei.


Mas sobrevivi.


E agora, quando já me havia acostumado com a falta dele, com a ausência dos pelos cinza no sofá da sala, com a inexistência de rastros felinos enlameados no chão da cozinha, logo agora; ele volta.


E volta galante. Miando de fome, mas imponente. Senhor de si. Como só os gatos podem ser de vez em quando, quando bem entendem.


Meu companheiro voltou. Voltaram as noites frias debaixo do cobertor com um olho no livro, um dedo no controle remoto, um fone no ouvido, um grito de gol livre da garganta, uma pata no colo, um focinho no leite, um homem e um felino misturados numa poltrona arranhada pelas unhas afiadas de quem será?!


Ele Voltou.


Mas como toda ação causa uma reação, segunda-feira no mais tardar mandarei castrá-lo. Sou um bom dono. Mas também sou ciúmento!




:)