quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Acorde Transversal (Vana Comissoli)

Algumas pessoas nascem e logo são percebidas porque já chegam berrando. Outras silenciosamente como um matinho qualquer e nunca se darão conta de que elas estão por ali, em meio às belíssimas e muito coloridas rosas e orquídeas.


Esta teoria fora criada desde que era muito pequena, tanto que talvez ainda não tivesse idade alguma e se fortificara ao longo da vida esgueirada silenciosamente pelas paredes. Às vezes não tinha muita certeza se os pais lembravam de a terem parido, outras tinha certeza total. O dia em que brotara deveria ter sido cheio de um sol absurdamente luminoso, onde tudo que se olha é apenas reflexo e não se distingue as cores mais claras, assim como ela com sua pele branca, tão branca que se amorenar nas areias da praia era inviável, até porque nunca vira o mar.


Não se incomodava muito por este cenário insípido, não tinha outro para comparar, nem sequer desejar, pelo menos não a obrigariam a falar e a se mostrar agradável a ninguém. No entanto, no silêncio das noites escorridas em lençóis brancos, ela sabia que algo se aproximava, a chamava, sem pensar que podia ser pura ilusão, ou angústia. Simplesmente esperava, sem nem contar os dias.


Quando a vizinhança de classe média e mexeriqueira se assanhou com a chegada do novo vizinho, não se deu ao trabalho de espiar por cima do muro, nunca falaria com ele e nem sequer lhe veria a face. Que importava se fosse velho ou moço, alto ou baixo? Devia ser nascido e não brotado, nada teriam em comum, como nada em comum tinha com qualquer pessoa de quem já tivesse enxergado a cara.


Maria Clara ouviu as primeiras notas como quem vislumbra o Anjo Gabriel anunciando uma graça divina. A música se estendendo pelo dia fez com que o sol deixasse de ser branco e tomasse uma cor amarelo dourada, que ela jamais poderia imaginar que tivesse. Pela primeira vez levou uma cadeira para o jardim e sentou-se. Não passava de um matinho em meio à grama e nela se perdia. Ninguém reparou nesta aparição, apesar de todos terem suspendido suas atividades, parando para ouvir a melodia que dançava pelos canteiros, escorregava nas paredes e pendurava-se em cachopas de acordes nas árvores mais frondosas.


À noite o piano continuava a cantar, às vezes com força aumentada, como se a escuridão lhe despertasse a fúria e a dor. Maria Clara atravessou a rua olhando para todos os lados e postou-se sob a janela sem sentir a umidade que chorara pelo gramado. Dormir era tão desnecessário quanto comer, ou se vestir, não perderia nada se estas atividades minguassem mais do que já eram. Os pais não se deram conta da ausência, ou se deram sentiram alívio, era estranho e atrapalhado ter uma filha muda que não era muda.


Maria Clara sentia o coração explodir de gratidão pelo pianista sem rosto, mas cheio de magia. Não lhe passou pela cabeça que era homem e algo poderia rugir em seu corpo. Nunca rugira. Moças brancas não têm transição, não aquecem, não sonham, não desejam. Seria doloroso demais ter esta ousadia e até uma moça branca tem medo do sofrimento, fechara todas as entradas desde que nascera, assim não haveriam saídas e nem tremores.


Um mundo se abriu para ela pleno de emoções, desde a alegria mais suave até a dor mais profunda que arranhavam a alma, mas não eram insuportáveis. Quem disse que a dor não pode ser bela?, ela descobrira que podia ser intensamente bela. Conheceu amores e rancores, vida e morte, mocinhas apaixonadas e traições tortuosas. Conheceu o viver.


Não tinha como expressar sua gratidão, sua felicidade: então, durante os recitais noturnos, cuidava do jardim do pianista que jamais soube disso. Descobriu que a cor da flores não feriam, eram lindas vibrando ao som das sonatas, dos acordes mozartianos, das rezas de Bach.


Quando o som do piano entrou pelas noites, os moradores não acharam tão bonito assim e, acostumados à voz estridente das novelas, não conseguiam dormir com os delírios de um pianista apaixonado. Foi feita uma enquete para descobrir alguém que se dispusesse a bater na porta sempre fechada, ou que fosse à janela sempre aberta para exigir respeito às horas de descanso, coisa que deveria constar da Constituição. Fosse lá pelo motivo que fosse, ninguém se ofereceu. Ficaram boquiabertos quando aquela moça sempre quieta, timidamente, levantou o dedo e, sem uma palavra, se candidatou à tarefa.


Ela tremia quando tão suavemente bateu à porta que não foi ouvida, precisou bater até o anoitecer, quando a porta se entreabriu não disse uma palavra de reclamação. O pianista nada perguntou. Voltou ao piano deixando a entrada livre para ela que passou a ouvi-lo sentada no chão, depois de se maravilhar com a sincronia transversal perfeita que havia entre o piano e as brancas tábuas de pau marfim. Sentou-se mantendo a harmonia, qualquer deslize perturbaria a melodia e isso não era aceitável.


Nunca trocaram uma só palavra, o pianista deixava a porta entreaberta e não era possível saber se percebia quando a moça entrava e saía, até que nunca mais saiu. Faziam uma refeição frugal na tosca cozinha. João Gustavo aliviado de não precisar preparar mais nada, comia ali apenas por cuidado para que manchas de alimento não viessem a macular as teclas brancas e marcar as pretas. As duas cores que se mantinham num paralelismo perfeito para todas as outras linhas da vida.


Às vezes, quando havia espaço para devaneios, a moça pensava que seus nomes, afinal, tinham sido bem dados: João e Maria. Marcavam, como na história infantil, o caminho de volta para casa, apenas suas pedrinhas eram musicais, feitas de notas que soltas nada significavam, mas diziam tudo alinhadas em desenhos mirabolantes, atravessando cinco linhas paralelas.


Ela não notou quando as primeiras notas vieram, pareciam soltas assim dispersas pelos dias, foram se emendando até que ouviu embevecida a Sonata nº 2 para piano em Si bemol menor, op. 35, de Frédéric François Chopin. Soube que este era o nome porque o pianista levantara e sussurrara ao seu ouvido. O lamento de despedida foi entrando nela, entrando tão delicadamente que não percebeu quando parou de ir à cozinha.


O último acorde foi sumindo sem alarde, soou através dos braços do pianista abraçando as teclas em transversal, assim como foi sem alarde o último olhar que lançou à moça, que apenas deixou escapar um suspiro enquanto em seu rosto resplandecia o arco-íris.



Vana Comissoli

domingo, 17 de novembro de 2013

Maria e a himenolatria – herança de um passado patriarcal (Fernando Bastos)

As leis exercem vigilância sobre os crimes conhecidos, a religião exerce-a sobre os crimes secretos.” (François Marie Arouet - Voltaire)


Na maioria das sociedades atuais, a virgindade feminina continua um tabu, e mesmo na ocidental, que se diz laica e democrática, a preservação do hímen está ligada a decência e moralidade. Herdamos a moral judaico-cristã, e o cristianismo nos forneceu o protótipo de “mulher perfeita” – segundo a mentalidade machista e patriarcal.
Sabemos pouco sobre a filha de Ana e Joaquim. A fonte oficial quase nada fala dela, e mesmo assim, mulheres que nunca leram a Bíblia, e até aquelas que se dizem sem religião, são em maior ou menor grau, influenciadas por Maria, a israelita que aos 12 anos (14 ou 16 em outras fontes) foi visitada por um anjo, e após o Sim, engravidou sem a necessidade da seiva masculina, por obra e maestria do Espírito Santo; sendo que, cumprido o tempo necessário da gestação, gerou um bebê de nome Jesus, o filho de Deus.
Maria se tornou para o mundo ocidental, sobretudo a parte católica, a mulher mais influente na questão da moralidade feminina. A humilde hebreia, que não entendia o filho, mas o amava acima de tudo, serviu como uma luva para o clero da cristandade, pois foi usada para convencer filhas, noivas e esposas a não gostarem de sexo, a serem submissas aos homens e só abrirem a boca se um homem permitisse.
Para a doutrina católica ela permaneceu virgem mesmo depois de gerar o bebê (virginitas post partum) e criou--se o dogma da virgindade perpétua, com forte intuito de mostrar que Maria era assexuada, emulando assim as antigas vestais romanas; já os seguidores de Lutero atestam que depois do nascimento de Jesus, ela teve relações normais com José e gerou filhos, deixando de ser virgem. Os que não concordam, dizem que os irmãos a quem Jesus se refere nos Evangelhos, eram filhos somente de José, que os teve antes de conhecer Maria. Não pretendo discutir se Maria teve ou não filhos além de Jesus. Essa querela será discutida ad infinitum, e nunca se chegará a um consenso, cada um vai defender aquilo que lhe é conveniente.
O crucial é focar na “concepção virginal”, o momento em que a noiva de José engravida do Espírito Santo (Deus) indo contra as leis naturais. Por que essa questão é tão relevante? Qual a mensagem velada por trás dessa narrativa, onde a mulher que será a mãe do Redentor, fica desobrigada da relação natural? A mensagem (do clero, formado por homens) é: não é bom que a mulher tenha desejo por sexo, não é bom que ela sinta atração por homem, de modo que há menos risco dela se prostituir, e trair o futuro marido.
A castidade de Maria é o golpe de martelo nos ouvidos femininos, que ouvem desde o berço, que menina deve ser recatada, esperar o “homem certo”, e aceitar o poder masculino. O Mito da Virgem Maria, uma mulher que não conhece homem, no sentido bíblico, é o mais cruel arquétipo feminino, pois ensina a elas que o sexo não é bom, e uma mulher assexuada é o ideal de pureza. Já o arquétipo masculino é do homem viril, capaz de montar um harém, como os reis Davi e Salomão. Essa mentalidade machista ficará arraigada em nossa sociedade, e incrivelmente, são as mulheres que mais contribuem para a preservação desse preconceito, ao doutrinar suas filhas para que sejam “santas” e os filhos garanhões, os que irão “comer” as filhas das outras.
A supervalorização da virgindade feminina tornou-se uma verdadeira cruzada pela himenolatria, com seus defensores pregando que a pureza e a decência estão intrinsecamente ligadas ao hímen ainda não rompido pelo intercurso sexual. Cá no ocidente elas não padecem dos mesmos males de outras culturas, onde com frequência, a mulher que perde a virgindade antes de casar é morta pelos próprios parentes. Contudo, se em nossa sociedade ao homem é dado o direito de ter muitas parceiras na fase solteira, para ela, essa liberdade é mais cerceada. Aceitamos bem a mulher solteira ter intimidades com um homem, desde que esteja namorando, com vistas em casamento. Aquelas que mantêm relacionamentos abalizados apenas em sexo ganham logo uma etiqueta na testa.
A escritora Collete Dowling escreveu em Complexo de Cinderela: “A sexualidade da mulher é tão castrada que ela precisa da desculpa do amor para sentir prazer com o outro.” Isso é tão verdadeiro que mesmo entre as mulheres modernas, há aquelas que condenam suas colegas que têm uma vida sexual livre, com vários parceiros. Mas, assim como suas parentes do Paleolítico, muitas admiram e desejam os homens que saem com muitas mulheres; sinal de que são ótimos reprodutores.
O cientista social Luiz Mott declara: "Bem-aventurada para os crentes, maldita para os incrédulos, a mãe de Jesus carregará para sempre a culpa de ser a autora de um mito que levou e continua levando à infelicidade e à morte milhões de seres humanos culpados por um indevido prazer: o orgasmo".
Com efeito, o relato da mulher virgem que engravida de um deus e gera uma criança divina não é original do cristianismo; nas culturas anteriores é vasto o número de semideuses gerados da união de um deus com uma mortal. Zeus e outros habitantes do Olimpo viviam engravidando belas mortais, geralmente virgens e algumas comprometidas. Em Roma, os imperadores eram semideuses, pois foram concebidos com a semente de um deus com sua mãe mortal. O cristianismo pegou essa ideia, e a transformou para criar sua própria lenda, divulgando assim a importância para as mulheres preservarem a castidade e se afastarem dos perigos do sexo. Maria devia ser o espelho para as filhas de Eva.
Penso que a história ficaria mais bela se fosse contada como provavelmente aconteceu: Maria e José se amaram como qualquer casal, e dessa união nasceu Jesus; talvez ela teve outros filhos, talvez não. O que não podemos é deixar que um conto mítico continue sendo a pedra no meio do caminho que impede a mulher de se sentir plenamente satisfeita em sua sexualidade.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Um brinde com a mão esquerda (Sônia Pillon)

Esquerda e direita representam os dois lados do observador a partir do centro. Portanto, se manter entre os dois extremos é alcançar o ponto de equilíbrio, certo? Tanto que a frase “O equilíbrio está no caminho do meio” é atribuída a Sidartha Gaumata... Porém, politicamente falando, muitos acreditam que é ficar “em cima do muro”, sem se comprometer...


Mas a verdade é que até na política os posicionamentos extremos, ideologicamente falando, causam transtornos tanto para dominantes como para dominados... A História confirma isso, em todas as épocas e nos cinco continentes.


Associamos o lado direito do cérebro com o pensamento racional, prático, objetivo, e o lado direito, à criatividade, à expressão humana, aos sentimentos e às emoções, e, em síntese, ao coração. Culturalmente, os canhotos durante muito tempo foram discriminados por usarem preferencialmente seu lado esquerdo, apesar de terem, assim como os destros, o comando dos movimentos mais hábeis do lado esquerdo do cérebro.


E é justamente pelo fato do lado esquerdo representar o coração que os noivos passaram a usar a aliança de casamento na mão esquerda... Registros históricos apontam que, por volta de 2800 a.C., os antigos egípcios já usavam um anel para simbolizar o laço matrimonial. Entendiam que um círculo, sem começo nem fim, representava a eternidade da união.


Cerca de dois mil anos depois, os mesmos gregos descobriram o magnetismo, o que acabou influindo também nessa simbologia, por  acreditarem que o terceiro dedo da mão esquerda possuía uma veia que levava diretamente ao coração. Assim, passaram a usar um anel de ferro imantado, para que “os corações dos amantes permanecessem para sempre atraídos um pelo outro”...


Controvérsias à parte, a mesma analogia serve para o costume ancestral de brindar com a mão esquerda. O que pode parecer uma prática incomum para a maioria, mas que é habitual para alguns povos antigos. Aliás, só recentemente soube que levantar uma taça com a mão esquerda faz parte da tradição judaica.


Foi uma surpresa levantar uma taça de vinho com a mão esquerda. Senti uma sensação estranha, uma espécie de excitação, quase infantil, como se estivesse transgredindo algo que eu não sabia definir... A explicação que recebi é que entre os judeus, brindar com a mão esquerda é para equilibrar, como se fossem dois pesos em uma mesma balança...


Pensando bem, hoje é sábado! Esse pode ser um bom motivo para se brindar com a mão esquerda, ou não? Aí é com você...


Sônia Pillon é jornalista e escritora, autora dos sites de literatura Letras et Cetera e Cooperativa de Letras.


quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Joana do Querer (Thiago Daniel)

Joana cheia de querer

Chorou até não querer mais

Quando cansou

Fechou o zíper

 

Joana cheia de querer

Chorou até querer mais ar

E quando suspirou

Lavou as mãos

 

Joana cheia de querer

Chorou até amanhecer

Quando viu o sol

Os olhos choveram

 

Joana cheia de querer

Chorou até o anoitecer

E quando os olhos tocaram o luar

Sentiu a mesma dor

 

Joana cheia de querer

Não queria mais chorar

Quando viu sangue no ventre

Chorou até morrer

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Cálice de vinho (Marcelo Lamas)

Desde sempre tenho que me explicar por causa da abstinência alcoólica. Não posso por a culpa nos interlocutores, pois parte de mim a ansiedade de dar o motivo de não beber, antes que haja alguma expressão de estranheza do outro.
Meu pai tem um pouco disso. Quando criança eu o via tendo que explicar que não bebia porque sempre andara com o pai dele, o vô Chico “Lama”, que só tomava refrigerante. Uso sempre o mesmo expediente.
Já fui indagado: “você toma remédio?” ou “você é religioso?”. Sempre deixo claro que também não é questão ideológica familiar.
A minha avó Alice, esposa do Chico, a vida toda teve garrafas de vinho quase vazias na geladeira. Quando a questionávamos, ela explicava que era recomendado que se tomasse um cálice de vinho por dia. Só que o cálice dela era um generoso copo de requeijão, com volume 3 vezes maior! Nunca vamos saber se era “portuguesisse” dela (Martins Euzébio, seus sobrenomes) ou malandragem para escapar das piadinhas. A velha dormia tardes inteiras. Minha irmã e eu temos esta habilidade também, sem precisar do líquido.
Mas essa mania de ficar achando motivos é coisa da minha cabeça, a necessidade humana de sentir-se socializado. Certa vez fui numa festa que os copos eram escuros e achei o máximo que ninguém estava vendo que eu tomava água. Em férias no Caribe, fiquei maravilhado com o bar que fazia todos os drinks coloridos, com a opção: sem álcool.
Acho que simplesmente é uma questão de paladar, apenas não me cai bem. Outro dia vi um artigo de um cara que não bebe e ele dizia sentir-se “com a habilidade noturna de um leopardo, vendo mais do que os outros e lembrando de tudo depois”. A memória é a substituta da caneta na vida do cronista, não dá pra mandar parar o filme e acender a luz no cinema para pegar aquela frase emprestada.
Ainda vou escrever uma crônica com todos os convites que ouvi e recebi para festas, programas e eventos em turmas já divertidamente “embaladas”, que logicamente nunca aconteceram.
Posso garantir que jamais me aproveitei de presas embriagadas. Uma questão de princípio. Com algumas exceções, eu acho, não lembro bem.
Tenho inveja daqueles que podem usar a desculpa da canção do Kleiton e do Kledir Ramil:


“Depois do terceiro ou quarto copo
Tudo que vier eu topo.
Tudo que vier, vem bem.
Quando bebo perco o juízo.
Não me responsabilizo
Nem por mim, nem por ninguém”.


Marcelo Lamas, autor de “Arrumadinhas”.
marcelolamas@globo.com

domingo, 3 de novembro de 2013

Sonhar (Elianete Vieira)

Sonhar é saudável

Nos leva ao futuro que gostaríamos ter

Aos lugares que queremos visitar

Às posições profissionais que um dia viremos a estar

À presença no altar com o amor se casar.

 

Sonhar é planejar

Marcar as férias, agendar hotel e passagens

Traçar a rota e lugares a visitar

Além das reservas para gastar

E preparar a câmera para fotografar.

 

Sonhar é se preparar

Com cuidado, os cursos, escolher

Uma boa empresa selecionar

Cumprir os pré-requisitos para se promover

E a posição profissional almejada alcançar.

 

Sonhar é lutar

Vencer as barreiras escolares

Vencer a concorrência por vagas

Vencer o dia a dia estafante

Vencer o trânsito nas grandes cidades.

 

Sonhar é dormir cansado

Rolar na cama insone

Ou deitar e apagar num sono profundo

Ou ler um livro para relaxar

E assim, acordar leve para um novo dia.

 

Deitar e olhar as nuvens correndo

Formando imagens conhecidas

Também é sonhar

É nesse momento que nos imaginamos no amanhã

E enxergamos nosso eu futuro.

 

Sonhar é realizar

As ações executar

As vitórias comemorar

E aí sim, teremos a certeza

De que tivemos muita sorte.