quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Memórias de Areia (Thiago Daniel)

Corria o cão

Sem raça

E pela areia deixava as pegadas

As ondas

Absorviam mais aquela memória

O vento

Carregava



Sábio mar

Apanhador desaberes

Minúsculos conhecimentos

Dos minúsculos grãos esvoaçantes

O vento só leva

Não guarda

“Se querem, busquem” – ele sopra

E põe-se a correr



O mar fica ali

Tempo gordo,

Hora cansado

O vento some

Vezes cortante

Outrora

Apressado



Ela fica com os dois

Aprendeu com seus antigos

Nunca desprezar os deuses do cognitio

Num mergulho apanha o alimento

E às vezes

Vai com o vento



Quando volta

As pegadas

Não mais existem

Extraviadas pelo mar ou pelo vento

Não importa

Lá de cima, realmente não importa

Só espera as próximas pegadas

É tão lindo ser gaivota

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