Ta na boca
do verso
do vento
Ta no ouvido
da prosa
do mar
Ta descansando
ali no seu cantinho
de olhos abertos
Pra melhor deitar com as borboletas
Ta na boca
da língua que escorre
Saliva-remédio
Ta no sangue
lambendo
dentro das veias
Ta doendo
abaixo dos ombros
de tanto ruflar o maxilar
e partir sem peso nas orelhas
Ta na mão
que canta de aplausos
o grilo verde-hoje
E escuta na textura do ar
uma harpa assoviando beijos
Para as palavras
Nenhum comentário:
Postar um comentário