segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Sou como a chuva que vem (Marcio Erino Ochner)

O vento sopra em direção

Ao intenso céu azul... escuro...

Distingue o verde das folhas balançantes,

Telhados sujos pelo barro leve,

Sobe num formato de cone,

Que segue notando outras folhas secas caídas ao chão,

Num giro... levanta voos extraordinários,

correm sem direção, lambendo o chão como vassoura...

limpa a sujeira do tempo,

pega carona num voo sem volta, e se vão...

Sabe-se lá pra onde, somente passam...

Seguem.

E o que resta, é sombra de um reflexo tardio,

De um sol que se foi...

embora outras vezes também...

Esconde-se ao longe da montanha minúscula.

Nuvens negras baixam com cara de trovão

Que brilham em gotas de água que cai, arrastando-se nas corredeiras,

Purificando a vida fétida.

De cursos passados, deixadas às moscas.

Chuva esta, que rasga o chão em sinuosas linhas, salpicam folhas,

Arrancam impurezas e levam ao respirar da natureza.

Como um sopro, mudam o ar rarefeito por um frio agitado,

De olhar aguçado, de alma perdida no gotejar chiante...

Chuva, que reviva cores, que lava pensamentos...

Mas que logo passa...

Nesta vida de terra idosa que, ainda suporta fenômenos,

de ordem determinada, mesmices...

Mudanças que aliviam, que revivem...

Afogando a poeira quente...

Refrescando ânimo, repetindo memórias...

de cheiro agradável.

Autor: Marcio Erino Ochner

4 comentários:

  1. Éolo se levanta delicadamente em gratidão à tua homenagem da poesia mais pura. Refresca palavras cansadas de escrever sempre as mesmas bobices mais cansadas ainda. Trazes belas palavras que conseguem revigorar a permanência.
    Bjs

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  2. Fico agradecido a forma que homenageias minha poesia. Um grande abraço querida Vana!

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  3. Que imagens lindas presentes nesses versos. Realmente um texto fino.
    parabéns.

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