domingo, 20 de fevereiro de 2011

Bilhete-Soneto (Tiago Nascimento)

Ninguém pediu que ela fosse embora
Mas na gaveta as contas se acumulavam
E não podia pedir um aumento de novo
Por que quem sempre paga o pato é o povo?

Ela sonhava vencer no jovem planeta
Fazia amor, sexo, oral, anal e punheta.
Não achou alegria nem em drinques de plutônio
Mas nisso creu com todos os seus neurônios

Depois, uns dizem que ela partiu pra lua
(talvez a bordo da espaçonave trinta)
Contudo ninguém sabe dizer ao certo ainda


E aqui no solo do pequeno planeta azulado
Deixou o quarto com cheiro de mofo e tinta
E na cômoda este bilhete-soneto que ora finda


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Tiago Nascimento

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