Caminhou rapidamente em direção ao inferno astral. Depois verificou o GPS do seu IPOD e corrigiu a rota: sudoeste. Seguiu feliz assoviando um tango de Carlos Gardel. Pensou na ironia da vida e sorriu. Não estava pronto pro céu.
Luzes na cidade ao seu redor. Pessoas concentradas em si mesmas. Vitrines repletas de felicidades instantâneas. Cães vadios no pátio de lugar nenhum. Algazarra, fogos, folia, paixões, tangos e desilusões. O calendário avançou; o que mudou?
Sorriu enquanto abria o portão. Bom dia minha flor. Boa noite manjericão. Tropeçou na mesinha de centro. Derrubou uma revista no chão. Pensou na brevidade da vida. Lembrou da sua separação. Deitou com os sapatos ainda e dormiu. Feliz dois mil e...
Tiago Nascimento é professor. jesuscristohumano@gmail.com
Um conto que retrata bem a realidade de muitos que conhecemos, mas de forma original... Gostei! Parabéns!
ResponderExcluirObrigado.
ResponderExcluirÉ claro que não tem o peso de um conto de solidão, mas engatinha.
Abs